marcas

A cor que você usou no layout ficou diferente na impressão final?

Sem título (1)

Saiba como e porque minimizar esses problemas.

Quantas e quantas vezes, fazemos nossos projetos gráficos, escolhemos as cores, fazemos as combinações certas, mostramos o layout para o cliente, ele aprova… e… quando sai a impressão final, a cor impressa ficou diferente daquilo que estava na tela do computador e foi aprovado por ele!

Isso acontece porque no computador, as cores que visualizamos são chamadas de cor luz, que produzem um resultado mais luminoso e intenso, onde a cor é visualizada pela emissão direta da luz.

Já quando imprimimos no papel ou em outra superfície opaca, as cores são criadas através dos pigmentos das tintas, onde a luz é refletida na superfície e as cores são percebidas. E o resultado dessas duas formas de visualização da cor, produz cores distintas em tonalidade, temperatura e intensidade.

Essa variável, é um (e apenas um) dos motivos dessas diferenças que podem ocorrer na cor, e que muitas vezes pode se transformar em um grande problema, quando o cliente não aceita uma cor diferente daquela que ele aprovou no layout.

E o que é importante reconhecer nesse fato, é que a culpa é só sua, não é da gráfica, nem do cliente. Para isso, existem as tabelas de cores de impressão, que nos ajudam a entender o resultado final das cores. Mas ainda assim, a cor pode variar, dependendo:

     

      • da matéria-prima que você vai imprimir o projeto final: se papel, plástico, tecido, lona, metal, vidro ou outros materiais, que devido às suas características físicas, influenciam e produzem variações de cor no resultado final;

      • do tipo de superfície dessa matéria-prima: se fosco ou brilhante, se liso ou poroso, de alta alvura ou amarelado, transparente ou opaco;

      • e depende também do sistema de impressão escolhido, que pode produzir outras alterações de cor, por conta das características das tintas.

    Então será necessário muita atenção ao apresentar o projeto final para o seu cliente, porque no layout digital, as cores são lindas e vibrantes, e se você não cuidar para minimizar as divergências que podem ocorrer entre as expectativas criadas pelo cliente ao aprovar o layout e o resultado final produzido, ambos terão surpresas, frustrações e prejuízos no final…

    Uma boa saída, são as “provas de cor” que podem ser solicitadas à gráfica antes da impressão final. Porém, nem todos possuem verba e prazo para isso, mas, é uma segurança adicional que eu, como uma designer experiente, julgo valer à pena para evitar dores de cabeça futuras.

    Agora uma outra possibilidade interessante, vem da empresa Pantone, que no lançou no início deste ano, duas ferramentas para ajudar Designers e equipes de pré-impressão, a minimizar esse problema.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    Uma delas é o PantoneLIVE Design que, de acordo com a empresa, “oferece acesso às bibliotecas de cores digitais Pantone, bem como, às bibliotecas de cores da marca privada, para uso durante as fases de inspiração, criação e pré-impressão”. Nele, o designer poderá visualizar 4.518 cores Pantone, ajudando dessa forma, o profissional de Design a tomar as decisões sobre as cores informadas e gerenciar expectativas finais. É possível utilizar o aplicativo diretamente em seu computador, ou em um plugin do Adobe Illustrator.

    Este recurso cruza o tipo de matéria-prima que será impresso, as características de acabamento dessa matéria-prima, e o tipo de sistema de impressão que você vai utilizar para dar saída ao projeto. Exatamente os aspectos que tratei acima, ao falar das variáveis que podem comprometer o resultado da cor.

     

    Outra ferramenta é o PANTONE Simulator Prints que fornece uma folha de até 5 cores PMS (Pantone Matching Systems), simulando como as cores apareceriam em até 28 tipos de materiais mais comuns e processos de impressão, facilitando a tomada de decisão de forma assertiva e evitando problemas futuros.

    Esse é outro investimento que pode ajudar a tirar essas pedras do seu caminho.

    As cores, para muitos designers amadores, têm pouca ou nenhuma relevância na hora de criar um layout. Muitas vezes elas são simplesmente “jogadas” na tela do computador sem critério. Porém, elas desempenham um papel extraordinário na comunicação, influenciando as pessoas de diversas formas, provocando emoções e atitudes em relação às marcas e os significados que elas querem transmitir, daí vem a importância de se assumir de forma muito profissional, que o cliente sempre terá razão, quando as cores não estiverem correspondentes à sua identidade visual, ou aos significados pretendidos com o projeto e aprovadas por ele em seu layout. Fique atento!

    Lembre-se que seu maior parceiro, é a sua gráfica, que pode te ajudar muito nisso. Então tenha sempre bons fornecedores, para que em um momento de dúvida, você tenha sempre a quem recorrer.

    Direito de imagem: Pantone

    Um “equívoco” na Gestão de Marcas

    Dia desses, passando por um aeroporto, fiquei observando as prateleiras de uma livraria e me deparei com um título que me chamou a atenção: “DNA Empresarial”, da autora Ligia Fascione.

    Eu, que já sou fã da autora, rapidamente tratei de adquirir um exemplar e comecei a “degustá-lo” despretensiosamente. Foi aí que me deparei com uma interessante reflexão, sobre a Identidade Corporativa e que aqui quero compartilhar com todos.

    Muito se fala acerca da construção de marcas e muitos autores defendem que para se construir a identidade corporativa, as marcas precisam estar em consonância com o que o mercado quer, não só em termos de produtos ou serviços, mas também, em termos de marca, e é aqui que começa um ponto de divergência, e que eu “reles mortal” chamo de “um equívoco”, pelo ao menos em parte.

    Ao se abrir uma empresa, todos passam pela etapa da definição do posicionamento de mercado, começa-se a desenhar a “oferta” dos produtos e serviços, como serão seus processos, procedimentos, condutas e administração do negócio. Ainda que de forma “amadora, inexperiente ou inconsciente”, todo empreendedor passa por isso.

    Neste momento, alguns valores e comportamentos, são empregados para determinar como a empresa irá se posicionar frente a estes aspectos, e frequentemente, tomamos como juízo de valor a nossa própria maneira de ser, pensar e agir e acabamos fazendo aquilo que acreditamos ser certo, e com base em nossos próprios valores, desenhamos a oferta de nosso empreendimento.

    Então, podemos concluir que de maneira geral, se uma pessoa tem “bom caráter”, ele possui valores que o impedirão de oferecer produtos enganosos, de qualidade inferior ao prometido, entre outros aspectos, porque seus valores reforçam qual é o caminho que ela quer que sua empresa siga. Mas… e se um empresário possui caráter duvidoso? Ele produziria produtos e serviços visando tão somente os lucros, faria propostas de valor que não viria a cumprir, e usaria de todos os artifícios para se dar bem em detrimento das perdas alheias? Em “tese” seria assim, não é mesmo? Você conhece alguma história parecida? Então podemos entender que a empresa é aquilo que você é? Pelo ao menos em parte sim.

    Só que esta empresa cresce, entram novos sócios, e “a coisa” toma outras dimensões. Outros valores são incorporados e as coisas mudam um pouco, mas a ESSÊNCIA da marca, não deveria mudar, porque não dá para fingir ser moderno, quando se é tradicional, não dá para fingir ser inovador, quando se é conversador, não dá para fingir ser responsável, quando pouco se importa com o dinheiro alheio, não dá para fingir ser preocupado com as questões ambientais, quando não se tem convicção disso. Pelo ao menos, não o tempo todo! Então, como diz Fascione: “um dia as máscaras caem”.

    Não dá então, para pensar em “construir marcas institucionais”, fundamentando sua ESSÊNCIA, em algo falso, e é neste ponto, que muitos profissionais de marketing erram. É neste momento, que frases do tipo: “temos que ser o que o mercado quer”, são utilizados para convencer empresários a mudar sua identidade corporativa, e isso, ao longo do tempo, vira um “engodo”. As pessoas se sentem enganadas e centenas de milhares de clientes são perdidos todos os anos, por conta disso.

    Identidade é algo muito maior e sólido, e muitas empresas ao fazer mudanças acentuadas na sua identidade tentam dizer ao mercado que branco é preto e preto é branco, mas o “tal mercado” não é bobo não! Máscaras caem, porque são muitos pontos de contato que o mercado tem com uma marca, e gerenciá-los na base do “faz de conta” é receita certa para problemas no futuro. A história que uma marca conta precisa ser validada por sua conduta!

    Ouvi certa vez de um professor, uma frase que utilizo até hoje em minhas aulas nos cursos de MBA e na graduação, e acredito nela e defendo esta visão: “Não é o público que escolhe uma marca, é a marca que escolhe o público”.

    Hoje vivemos em um mercado repleto de nichos, com gostos e preferências distintas, e, se mantivermos a ESSÊNCIA DA MARCA, certamente encontraremos um nicho que esteja em consonância com ela.

    Pronto! Falei!

    Autor: Margareth Domingues – Designer Gráfico, Professor Universitário, Mestre em Ciências da Comunicação.