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A cor que você usou no layout ficou diferente na impressão final?

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Saiba como e porque minimizar esses problemas.

Quantas e quantas vezes, fazemos nossos projetos gráficos, escolhemos as cores, fazemos as combinações certas, mostramos o layout para o cliente, ele aprova… e… quando sai a impressão final, a cor impressa ficou diferente daquilo que estava na tela do computador e foi aprovado por ele!

Isso acontece porque no computador, as cores que visualizamos são chamadas de cor luz, que produzem um resultado mais luminoso e intenso, onde a cor é visualizada pela emissão direta da luz.

Já quando imprimimos no papel ou em outra superfície opaca, as cores são criadas através dos pigmentos das tintas, onde a luz é refletida na superfície e as cores são percebidas. E o resultado dessas duas formas de visualização da cor, produz cores distintas em tonalidade, temperatura e intensidade.

Essa variável, é um (e apenas um) dos motivos dessas diferenças que podem ocorrer na cor, e que muitas vezes pode se transformar em um grande problema, quando o cliente não aceita uma cor diferente daquela que ele aprovou no layout.

E o que é importante reconhecer nesse fato, é que a culpa é só sua, não é da gráfica, nem do cliente. Para isso, existem as tabelas de cores de impressão, que nos ajudam a entender o resultado final das cores. Mas ainda assim, a cor pode variar, dependendo:

     

      • da matéria-prima que você vai imprimir o projeto final: se papel, plástico, tecido, lona, metal, vidro ou outros materiais, que devido às suas características físicas, influenciam e produzem variações de cor no resultado final;

      • do tipo de superfície dessa matéria-prima: se fosco ou brilhante, se liso ou poroso, de alta alvura ou amarelado, transparente ou opaco;

      • e depende também do sistema de impressão escolhido, que pode produzir outras alterações de cor, por conta das características das tintas.

    Então será necessário muita atenção ao apresentar o projeto final para o seu cliente, porque no layout digital, as cores são lindas e vibrantes, e se você não cuidar para minimizar as divergências que podem ocorrer entre as expectativas criadas pelo cliente ao aprovar o layout e o resultado final produzido, ambos terão surpresas, frustrações e prejuízos no final…

    Uma boa saída, são as “provas de cor” que podem ser solicitadas à gráfica antes da impressão final. Porém, nem todos possuem verba e prazo para isso, mas, é uma segurança adicional que eu, como uma designer experiente, julgo valer à pena para evitar dores de cabeça futuras.

    Agora uma outra possibilidade interessante, vem da empresa Pantone, que no lançou no início deste ano, duas ferramentas para ajudar Designers e equipes de pré-impressão, a minimizar esse problema.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

     

    Uma delas é o PantoneLIVE Design que, de acordo com a empresa, “oferece acesso às bibliotecas de cores digitais Pantone, bem como, às bibliotecas de cores da marca privada, para uso durante as fases de inspiração, criação e pré-impressão”. Nele, o designer poderá visualizar 4.518 cores Pantone, ajudando dessa forma, o profissional de Design a tomar as decisões sobre as cores informadas e gerenciar expectativas finais. É possível utilizar o aplicativo diretamente em seu computador, ou em um plugin do Adobe Illustrator.

    Este recurso cruza o tipo de matéria-prima que será impresso, as características de acabamento dessa matéria-prima, e o tipo de sistema de impressão que você vai utilizar para dar saída ao projeto. Exatamente os aspectos que tratei acima, ao falar das variáveis que podem comprometer o resultado da cor.

     

    Outra ferramenta é o PANTONE Simulator Prints que fornece uma folha de até 5 cores PMS (Pantone Matching Systems), simulando como as cores apareceriam em até 28 tipos de materiais mais comuns e processos de impressão, facilitando a tomada de decisão de forma assertiva e evitando problemas futuros.

    Esse é outro investimento que pode ajudar a tirar essas pedras do seu caminho.

    As cores, para muitos designers amadores, têm pouca ou nenhuma relevância na hora de criar um layout. Muitas vezes elas são simplesmente “jogadas” na tela do computador sem critério. Porém, elas desempenham um papel extraordinário na comunicação, influenciando as pessoas de diversas formas, provocando emoções e atitudes em relação às marcas e os significados que elas querem transmitir, daí vem a importância de se assumir de forma muito profissional, que o cliente sempre terá razão, quando as cores não estiverem correspondentes à sua identidade visual, ou aos significados pretendidos com o projeto e aprovadas por ele em seu layout. Fique atento!

    Lembre-se que seu maior parceiro, é a sua gráfica, que pode te ajudar muito nisso. Então tenha sempre bons fornecedores, para que em um momento de dúvida, você tenha sempre a quem recorrer.

    Direito de imagem: Pantone

    Como se inicia o “Processo do Design Gráfico”

    Ao falarmos em “fazer design”, observamos que muitos conferem a essa tarefa, um papel simples de organização dos elementos visuais em uma página de forma ordenada e elegante.

    Mas o processo de design é profundo e requer investigação, envolvendo pesquisas, amostragens, mídias, técnicas e abordagens metodológicas que nem sempre seguem processos lineares, uma vez que cada projeto tem suas próprias características e peculiaridades.

    Ao se pensar um projeto, devemos ter em mente os objetivos que devemos alcançar, que muitas vezes, está estabelecido tão somente no “ato de atrair a atenção de usuários ou audiência para a peça a ser criada”, mas isso, é simplificar o processo e associá-lo tão somente à uma estética agradável, e pode não trazer ao cliente o real resultado esperado.

    Temos que entender que um objetivo é o mesmo que “um resultado pretendido”, e é por isso que precisamos de um contato iterativo com o cliente, mantendo uma relação próxima e frequente, como uma grande parceria, para o entendimento do que chamamos de “problema” e ai sim, auxiliá-lo na construção de um objetivo que seja realista para sua necessidade.

    Assim como qualquer projeto de qualquer natureza, o design se inicia a partir da problematização, isto é, se existe algo que precisa ser criado, há algum problema que deu origem à essa necessidade, e é a partir deste ponto que se inicia: as observações, pesquisas, amostragens, referências, estudos de campo e tantos outros itens que tem à ver com esse problema.

    É comum que o cliente transmita o briefing com uma série de informações, mas sem muita profundidade. Nem sempre ele se baseou em pesquisas para escrever aquelas informações, especialmente quando a empresa é de médio ou pequeno porte. É ainda muito comum, que ele tenha uma noção até certo ponto limitada do problema, porque a visão dele está muito focada no produto e nos números que ele representa, e nós, designers, temos a oportunidade de analisar as informações estando “fora do problema” e com um olhar mais humanista, menos racional, mais livre de “preceitos estabelecidos”, que muitas vezes, impedem o cliente de enxergar aspectos que estão “na cara dele”.

    Daí vem a necessidade de aprofundarmos as informações até que todas as questões estejam bem respondidas, e o problema tenha tal clareza, que nos permita iniciar a busca da solução.

    Ai você deve estar se perguntando: – “para que serve então o briefing se ele pode não estar correto…”, e eu te respondo: “ele serve para te revelar oportunidades e definir limitações!”.

    O briefing traz os objetivos e metas do projeto, as definições do público-alvo, dados organizacionais relevantes, aspectos importantes sobre os valores, significado, personalidade e identidade da marca e traz limitações de prazos e verba para a campanha.

    É importante você saber, que as limitações do projeto como os prazos e custos, tem a capacidade de nos tornar mais criativos, sabia? – mas como assim professora? – é que quanto mais tempo temos para criar um projeto, mais divagamos, mais procrastinamos, mais temos dificuldade de fecharmos com uma ideia, e diante da necessidade de cumprirmos esta tarefa,  nos forçamos a manter o foco e tomar decisões. O mesmo acontece com os custos do projeto. Não adianta termos ideias mirabolantes se os custos não nos permitirem implementá-las, então ter o foco na verba também me ajudará a “queimar os miolos” para encontrar soluções criativas dentro do custo do cliente e do prazo definido.

    Isso faz parte de um processo criativo que na verdade já está acontecendo desde o primeiro contato com o cliente, porque nossa mente incrível, vai criando sinapses enquanto estamos nos alimentando com a informação.

    A informação age como um combustível que vai nos enchendo a mente de ideias soltas, que já podem, durante o processo de pesquisa, serem anotadas, desenhadas e esboçadas para uma maturação futura.

    Gosto de dizer, que a levantamento de informações é como uma vitamina que vamos preparando. Nela podemos adicionar frutas, ervas, essências, líquidos e cada um desses elementos vai modificando o sabor. Usando esta analogia, cada nova informação vai dando o tempero ou o sabor necessário para que de fato nosso trabalho tenha consistência, relevância, solucione o problema e atenda aos anseios de nossos clientes.

    E pra finalizar este artigo, quero te informar que nem sempre o sabor da vitamina estará de acordo com seu paladar, mas isso não importa, o projeto tem que estar de acordo com as necessidades do cliente e do mercado que ele atua. Não esqueça disso nunca!

    Nos falamos em breve!

    Autor: Margareth Domingues

    Este conteúdo foi inspirado no livro “O processo do design gráfico”, dos autores: Nancy Skolos & Thomas Wedell